domingo, 3 de janeiro de 2016

Arte suave e curadora: jiu-jítsu ajuda criança em luta contra rara doença

Com a Síndrome de Legg-Calvé-Perthes, Kaíque, de apenas 7 anos, usa o esporte como forma de tratamento para fortalecer articulações e motivar mais pessoas

Por Olinda, PE


Filho do Mestre Feitosa, professor de jiu-jítsu em Olinda, Pernambuco, Kaíque sempre se sentiu à vontade dentro do tatame. Praticante de judô desde os primeiros passos, o menino de apenas sete anos teve que mudar de modalidade quando descobriu ter a "Síndrome de Legg-Calvé-Perthes", aos três anos. E é suando o quimono e esbanjando alegria em vídeos com golpes da arte suave, que o garoto tenta motivar outras crianças a não desistirem diante das dificuldades que a vida possa vir a colocar em sua frente (assista ao vídeo).
- O médico pediu para fazer esporte porque eu treinava judô, mas não podia continuar porque tinha muitas quedas e fazia peso nas pernas. Então, eu comecei no jiu-jítsu porque é só chão. E na primeira vez que o médico disse que eu não iria mais precisar da cadeira de rodas, eu quase não acreditei. Fiquei até "meio lelé" - falou Kaíque. 
Kaique Sensei (Foto: Reprodução )Com sorriso no rosto e muita alegria, Kaique tem no jiu-jítsu arma contra rara doença (Foto:Reprodução)
A síndrome de Legg-Calvé-Perthes é uma doença que enfraquece as articulações do quadril. No entanto, desde 2014, graças à prática do jiu-jítsu, o menino conseguiu deixar a cadeira de rodas e o aparelho que usa entre as pernas para auxiliar na sua locomoção em segundo plano. Para o pai de Kaíque, a cura do problema do seu filho através do esporte seria a medalha mais saborosa a ser conquistada pela família "casca-grossa". 
- Aqui funciona como um playground porque ele se diverte, tem contato com outras crianças e não perde a auto-estima, a confiança e o brilho nos olhos. Você vê que ele é uma criança que tem muito brilho nos olhos. E quando ele ficar bom, vai ser a melhor premiação do mundo - disse.
E é com esse espírito alegre e guerreiro que Kaíque segue lutando contra a síndrome. O jovem atleta também continua motivando outras pessoas a superarem suas batalhas, sem se "aperriar" jamais.
- Ainda estou lutando para superar a doença e quero que todos que assistem meus vídeos lutem também. Eu já estou me curando e não estou me preocupando. E quero que eles não se preocupem também. Nunca me "aperriei" e nunca vou me "aperriar" - concluiu.   

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