terça-feira, 9 de abril de 2013

Pai ajuda filho com paralisia a se formar em jornalismo

O jovem é um exemplo de superação. Ele tem paralisia cerebral, fala com dificuldade, mesmo assim, não desistiu de se tornar jornalista. Veja aqui!

Jovem com paralisia cerebral aprende a digitar com os pés e se forma na faculdade


Jovem com paralisia cerebral aprende a digitar com os pés e se forma na faculdade Ricardo Duarte/Agencia RBS
Rodrigo digita e joga videogame com os pésFoto: Ricardo Duarte / Agencia RBS
Aos 12 anos, enquanto participava de uma gincana, Rodrigo Mule da Silva foi provocado por algumas crianças do bairro: “Com que letra se escreve Maria?” Ele, sem saber responder, foi para casa triste e sentindo raiva pelas zombarias. Mas prometeu para si que isso nunca mais se repetiria.
Neste mês, aos 33 anos de idade, Rodrigo conquistou algo que aqueles meninos e uma paralisia cerebral pareciam duvidar. Concluiu o curso de Rede de Computadores pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e garantiu o diploma de tecnólogo, exposto com orgulho em seu quarto.
Rodrigo Mule da Silva mora em Canoas, no bairro Guajuviras, com os pais e o irmão mais velho. Nascido no município, passou por Novo Hamburgo e Bagé antes de retornar à terra natal. De acordo com Adriano Fagundes da Silva, 39 anos, que sempre cuidou do irmão caçula, ali ele teria melhores condições de fisioterapia e educação. Após um período na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), começou a estudar no Instituto Pestalozzi, já com 14 anos. Os movimentos limitados dos membros superiores, no entanto, forçavam-no a escrever com a caneta entre os dedos dos pés, esforço logo rejeitado pelos educadores.
— Lá não queriam que escrevesse com os pés. Perguntavam e eu respondia tudo oralmente — relembra Rodrigo.
Contudo, a habilidade que tinha para manusear objetos com os membros inferiores, desenvolvida ao longo dos anos nas brincadeiras de carrinho, não poderia ser ignorada. Completou até a 5ª série no Pestalozzi, concluiu o Ensino Fundamental na escola Guajuviras e o Ensino Médio na Gomes Jardim, sempre com um macete: copiava os conteúdos do caderno dos colegas no computador e os imprimia. Com esta “manha”, estudou, passou no Vestibular e cursou integralmente o curso superior na Ulbra — à exceção de dois semestres em que esteve afastado por problemas de saúde.
— A única diferença é que dávamos mais tempo para ele escrever, então tinha de fazer em outros horários. Mas ele sempre teve a mesma avaliação que os colegas. Por isso todo o mérito dele — diz o coordenador de atividades do curso, Christiano Cadoná.
Confira vídeo com a história de Rodrigo:
Rodrigo reconhece que buscou forças extras para escrever o trabalho de conclusão. A recompensa veio em forma do número 10 escrito no topo da capa da monografia sobre o descarte do lixo eletrônico. A avaliação dos três professores integrantes da banca examinadora é corroborada pelo coordenador do curso Eduardo Isaia Filho:
— Ele nos deixou muito felizes pela qualidade. O trabalho dele atingiu um nível de excelência que outros não conseguiram.
Rodrigo cultiva sonhos e quem o conhece sabe que os realizará
O dia 2 de março de 2013 ficou marcado na vida do colorado Rodrigo como o da conquista do mundial interclubes. Depois de muitos abraços e cumprimentos de desconhecidos no auditório da universidade, ele celebrou a conquista com os amigos e parentes na pequena lancheria do irmão. No Facebook, de onde quase nunca sai, Rodrigo compartilha imagens de vários momentos especiais. E, na memória, guarda a lembrança dos jogos de futebol que assistiu com o irmão, da amiga que se arrastava com as mãos pelo chão para incentivá-lo, do amigo que o levava pela cidade na cadeira de rodas.
— Eu queria que as pessoas não vissem o deficiente como um coitadinho. Queria que o vissem como um homem ou uma mulher com capacidade. Uma moça, certa vez, perguntou como seria ficar comigo. Eu disse: “normal.” E ficamos — conta.
O preconceito, para Rodrigo, é uma membrana nos olhos dos outros que os impede de enxergá-lo como realmente é. Seu sonho é romper com as limitações por meio de dois veículos. O primeiro, mais acessível, seria uma cadeira elétrica com controle manual. A destreza em manejá-la, ainda que com dificuldades, ele demonstra pelos corredores de um supermercado que oferece o equipamento. O segundo ele adquiriu ao ver pela internet um jovem com a mesma paralisia guiando um automóvel:
— Até pode ser loucura, mas quero dirigir um carro, desde que seja adaptado.
Para o irmão e um de seus ídolos, isto não é loucura. Até porque, com os pés, não há limites para Rodrigo. As madrugadas mal dormidas por ficar conversando com amigos e jogando videogame viraram até tema para brincadeira:
— Um dia ele reclamou para mim: “Que dor nos pés de jogar futebol!” Era o videogame — diverte-se Adriano.
Rodrigo conta que a reação de quem não sabe de sua deficiência é sempre de espanto:
— Tem gente que não acredita.
Para quem começou a caminhar aos 10 anos, é de duvidar. Para quem conhece Rodrigo, não.

O Teatro Mágico - Eu não sei na verdade quem eu sou


Inconsciente comanda nossas decisões, mostram pesquisas

Folha de SP


Subliminar é o termo para qualificar ações, informações e sentimentos que ocorrem abaixo do limite da consciência e é também o título do novo livro do físico americano Leonard Mlodinow.
Nesse novo best-seller, o autor de "O Andar do Bêbado" reúne pesquisas para atestar que até as escolhas e decisões que nos parecem mais objetivas são forjadas no inconsciente. Mais que isso, ele incita o leitor a dar mais crédito aos pressentimentos que surgem do "lado escuro da mente".
"Ex" lado escuro, melhor dizer. Na visão do físico, as tecnologias que permitem o mapeamento do cérebro --vivo e em funcionamento-- estão mudando a compreensão sobre a atividade que ocorre abaixo da consciência.
A existência de uma vida inconsciente paralela e poderosa não é novidade há mais de um século. A novidade é que agora ela pode ser medida "com algum grau de precisão", como diz Mlodinow, que vê aí uma nova "ciência do inconsciente".
Para a maioria dos mortais, é difícil admitir que o inconsciente está no comando. "Somos tão frágeis que precisamos inventar justificativas lógicas para as escolhas", afirma o analista junguiano Roberto Gambini, de São Paulo.
"O melhor é aceitar que o consciente é permeado pelo inconsciente. E haverá sempre uma parte que vai permanecer misteriosa. Nem toda a tecnologia é capaz de mudar isso. Mas é possível diluir essas fronteiras e colocar essa capacidade de perceber o subliminar a nosso favor, quando prestamos atenção aos sonhos ou dedicamos um tempo para meditar."

PALPITES
Cientistas que dirigem as pesquisas de ponta consideram que o "novo inconsciente" é totalmente enraizado em funções orgânicas e essa seria a chave para compreender as emoções humanas.
Não há consenso sobre isso, naturalmente: "É absurdo pensar que entender as funções cerebrais é suficiente para lidar com os sentimentos", diz Lídia Aratangy, psicanalista formada em biologia médica.
Em um ponto os "psis" e o físico concordam: "O inconsciente é otimista", diz Mlodinow. "Ele nos torna mais completos e aptos para seguir na evolução da consciência", acredita Gambini. Aratangy completa: "Reconhecer os palpites do inconsciente pode nos ajudar a fazer escolhas melhores".

Editoria de Arte/Folhapress

A música e a mennte




Facebook