domingo, 5 de agosto de 2012

Hipermercado Sonda em São Bernardo do Campo desrespeita e discrimina cliente com deficiência física

Na mente do preconceituoso, o indivíduo que tem uma 


deficiência é inútil e deveria ficar em casa esperando e 


dependendo de caridade alheia. Essa infeliz cultura 


precisa acabar urgentemente! Só assim a exclusão, um 


dia, findará.


Caro leitor,


O leitor Vinícius Goulart indignado com que ocorreu com seu pai no Hipermercado Sonda, em São Bernardo do Campo, enviou um depoimento para que fosse publicado no blog, a fim de conscientizar as pessoas para a questão do desrespeito em relação às pessoas com deficiência.

Através do depoimento de Vinícius, percebe-se o quanto a sociedade ainda reluta em aceitar as pessoas com deficiência. Segundo a Drª Sandra Regina Schewinsky, “na nossa sociedade, em que o indivíduo “vale” pela sua produção e riqueza, no momento em que fica impossibilitado de exercer papéis profissionais que lhe conferem o status quo, recai sobre ele a imagem de inutilidade e de menos-valia.”. Infelizmente o preconceito em relação aos segmentos vulneráveis da sociedade ainda é muito grande. É cultural o preconceituoso se sentir superior em relação a uma pessoa com deficiência. Na mente do preconceituoso, o indivíduo que tem uma deficiência é inútil e deveria ficar em casa esperando e dependendo de caridade alheia. Essa infeliz cultura precisa acabar urgentemente! Só assim a exclusão, um dia, findará.

As pessoas com deficiência já sofrem tanto por falta de acesso aos cuidados à saúde, educação, acessibilidade e trabalho, e agora também tem que ser desrespeitadas e mal tratadas por funcionários de supermercados, lojas e outros. Isso já é demais!

Esperamos que o proprietário e o funcionário desse supermercado revejam essa postura injusta e discriminatória. Citamos o proprietário, porque afinal o hipermercado é dele, e ele que ensine seus funcionários a tratar melhor seus clientes com deficiência, que é consumidor e paga seus impostos como qualquer outra pessoa. Também esperamos que essa situação sirva de exemplo a outros comerciantes.

Acompanhe o depoimento:

Meu pai tem deficiência física, e alguns dias atrás foi ao hipermercado Sonda em São Bernardo do Campo. Dirigindo-se ao início da fila da peixaria para ser atendido, o peixeiro começou a humilhá-lo na frente de todos, chamando-o de folgado por estar querendo ser atendido com prioridade, que ficar em uma cadeira de rodas e ser folgado era fácil. Descontente, o peixeiro anunciou a todos na fila se estavam de acordo com uma pessoa na cadeira de rodas furando a fila. Após ser atendido, meu pai foi de encontro a minha mãe e aos prantos tentou contar tal humilhação. Minha mãe dirigiu-se a peixaria e perguntou o nome do peixeiro que havia atendido meu pai. O peixeiro negou-se a informar seu nome, e outros funcionários acabaram informando. Ao fim das compras, já no caixa, o peixeiro surgiu e as ameaças começaram. O peixeiro apontando o dedo na cara do meu pai, falou que iria “arrebentar” a cara da minha mãe e do meu pai, caso chegasse qualquer reclamação de algum superior, ou caso ele perdesse o emprego. Após mais uma humilhação na fila do caixa do supermercado, meus pais dirigiram-se ao segurança mais próximo, aonde o gerente da loja foi chamado. Este pediu para que meus pais não se preocupassem e que as ameaças não deveriam ser consideradas.

Chegando em casa, após meu irmão ouvir esta história contada pelos meus pais, insistiu que meus pais fossem a delegacia e assim registraram um B.O.

Fiquei extremamente indignado e revoltado com o ocorrido. Gostaria de instruções, ajuda de quem conhece as dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam no dia-a-dia, para que isso não ocorra com mais ninguém em lugar algum. E que o Hipermercado Sonda e seu funcionário aprendam a lição de cidadania.

Não sabemos o que fazer realmente, eu até pensei em publicar uma matéria, preciso fazer algo para que esta história não seja mais uma que caia no esquecimento e todos saiam impunes.

Vinícius Goulart
http://www.deficienteciente.com.br/2012/07/hipermercado-sonda-em-sao-bernardo-do-campo-desrespeita-e-discrimina-cliente-com-deficiencia-fisica.html
fonte


Inclusão: 7 professoras mostram como enfrentam esse desafio Educadoras compartilham a experiência de ensinar alunos com necessidades educacionais especiais. As soluções sempre envolvem o trabalho em equipe


Roberta e Isabelly. Foto: Raoni Madalena
"Não me sinto sozinha nesse trabalho de inclusão. Conto com uma auxiliar em sala para dar conta de toda a turma e tenho a parceria da responsável pelo AEE. Juntas, pensamos nas melhores soluções para que Isabelly avance." Roberta Martins Braz Villaça, professora da EMEB Helena Zanfelici da Silva, em São Bernardo do Campo, SP.
bay:http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/inclusao-7-professoras-mostram-como-enfrentam-esse-desafio-639054.shtml
Ensinar crianças e jovens com necessidades educacionais especiais (NEE) ainda é um desafio. Nos últimos dez anos, período em que a inclusão se tornou realidade, o que se viu foi a escola atendendo esse novo aluno ao mesmo tempo que aprendia a fazer isso. Hoje ainda são comuns casos de professores que recebem um ou mais alunos com deficiência ou transtorno global do desenvolvimento (TGD) e se sentem sozinhos e sem apoio, recursos ou formação para executar um bom trabalho. Dezenas de perguntas recebidas por NOVA ESCOLA tratam disso. Mas a tendência, felizmente, é de mudança - embora lenta e ainda desigual. A boa-nova é que em muitos lugares a inclusão já é um trabalho de equipe. E isso faz toda a diferença.

A experiência de Roberta Martins Braz Villaça, da EMEB Helena Zanfelici da Silva, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, comprova isso. Entre seus 24 alunos da pré-escola está Isabelly Victoria Borges dos Santos, 5 anos, que tem paralisia cerebral. Apesar do comprometimento motor, a menina tem a capacidade cognitiva preservada. Na escola desde o ano passado, ela participa de todas as atividades. "Os conteúdos trabalhados em sala são os mesmos para ela. O que eu mudo são as estratégias e os recursos", explica a professora.

Isabelly se comunica por meio da expressão facial. Com um sorriso ela escolhe as cores durante uma atividade de pintura. No parque, com a ajuda das placas de comunicação, decide se quer brincar de blocos de montar ou no escorregador. Nas atividades de escrita, indica quais letras móveis quer usar para formar as palavras e já reconhece o próprio nome. "Ela tem avançado muito e conseguido acompanhar a rotina escolar", comemora a professora.

Roberta não está sozinha nesse trabalho. Ela conta com o apoio diário de uma auxiliar, que a ajuda na execução das atividades, na alimentação e na higiene pessoal de Isabelly. Outra parceira é a professora do atendimento educacional especializado (AEE). Num encontro semanal de uma hora, elas avaliam as necessidades da menina, pensam nas estratégias a utilizar e fazem a adaptação dos materiais.

Inaugurada em 2001, a escola em que Roberta leciona já foi construída levando em conta a inclusão: o projeto previa um elevador e um espaço para uma futura sala de recursos. Mas daí a funcionar com qualidade, com materiais diversos e uma equipe afinada, foi um longo caminho. "Somente em 2005 passamos a contar com estagiários e auxiliares em sala", lembra a diretora, Maria do Carmo Tessaroto.

Gestores preocupados com a questão e que buscam recursos e pessoal de apoio fazem da inclusão um projeto da escola. Dessa forma, melhoram as condições de trabalho dos professores, que passam a atuar em conjunto com um profissional responsável pelo AEE, a contar com diferentes recursos tecnológicos e a ter ciência de que o aluno com deficiência ou TGD não é responsabilidade exclusivamente sua. Com a parceria da família, as possibilidades de sucesso são ainda maiores, como você verá nas páginas a seguir. Com base nas experiências de professoras que atendem alunos com NEE, respondemos às seis perguntas mais recorrentes enviadas à redação. Essas educadoras certamente indicarão caminhos para você que, como elas, trabalha para fazer a inclusão de verdade.

Estudante cria vestido de noiva inclusivo

Figurino que foi desenhado pela aluna de design Drika poderá ser usado por noivas cadeirantes

Mulher em uma cadeira de rodas na praia
Ao ver se aproximar a data em que teria de escolher um tema para seu projeto de final de curso, a estudante de design Drielli Valério de Oliveira, a Drika, 24, chegou a perder noites de sono de tanto pensar. Ela gostaria de desenvolver um projeto sobre moda, mas não queria nada banal ou sem utilidade social.

Numa dessas noites insones, veio a ideia. A estudante resolveu criar um vestido de noiva inclusivo. Um modelo que possa ser usado por mulheres de todos os tipos, inclusive as que estão acima do peso ou com algum tipo de deficiência física. A jovem não é do tipo de estudante que entrega o trabalho de conclusão de curso apenas para conseguir nota e ser aprovada. Com jeito de empreendedora, quer fazer uma apresentação brilhante e prepara surpresas para a defesa, que será em agosto.

Drika foi à luta e estudou noções de ergonometria. Também se dedicou a entender o que é acessibilidade. Na SorriSite externo., entidade que trabalha na inclusão de pessoas com deficiência, fez um sorteio entre três cadeirantes e ganhou uma parceira, Roberta Rieni Ramos de Jesus, sua modelo para o vestido de noiva. O figurino não vai ficar apenas no papel. Com uma lista de lojas especializadas na mão, a estudante foi atrás de patrocínio e conseguiu, no primeiro lugar em que entrou, a Lauviah Noivas e Festas. Depois de pronto e apresentado, a intenção é que o vestido fique à disposição para aluguel.

Além de apresentar o vestido inclusivo na faculdade em que estuda, no Instituto de Ensino Superior de Bauru (IESB)Site externo., na cidade de BauruSite externo. (SP), Drika participa do 4º Concurso Moda InclusivaSite externo., promovido pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São PauloSite externo.. Por causa das regras do concurso, não pode revelar detalhes do modelo.

Ateliê
Drika sempre gostou de moda e desenha desde criança. No quarto dos pais, uma mesa cheia de papéis e lápis coloridos é seu local de trabalho. Futuramente, ela quer construir um ateliê no quintal da casa, no Mary Dota. Na infância, a estudante gostava de ficar ao lado da tia costureira. E também criava modelos para suas bonecas.

Agora, prestes a virar profissional, comprou uma boneca vestida de noiva para fazer testes. Precisava de uma cadeira de rodas de brinquedo, não conseguiu e não teve dúvidas: criou uma com material improvisado, como pires e espetinhos de churrasco.
De uma vizinha, emprestou uma cadeira de rodas de verdade para aprimorar o estudo. Num único projeto, Drika trabalha para apresentar algo diferente e ao mesmo tempo útil para um segmento social. Tudo o que queria alcançar nas noites sem dormir.
Inclusão abrange vários segmentos
Para a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, atender as necessidades desse público não se restringe a construir rampa ou garantir uma prótese. As medidas não devem ser isoladas.
Modelo conta que é difícil encontrar roupas
Ninguém melhor para relatar as dificuldades para se vestir do que Roberta Rieni Ramos de Jesus, 23, que atua como modelo de Drika para a confecção do vestido de noiva inclusivo. Segundo ela, além da dificuldade de acesso às lojas ainda não adaptadas para receber pessoas com algum tipo de deficiência física, é complicado encontrar roupas adequadas.

Calça jeans, por exemplo, é quase impossível. A localização de botões e zíper é outra dificuldade encontrada. Roberta está animada com a decisão da estudante de se dedicar à moda inclusiva. “Não sei como ninguém pensou nisso antes”, diz.

Separada e mãe de dois filhos, de nove e três anos, Roberta afirma que um de seus sonhos era usar um vestido de noiva. Mesmo sem entrar na igreja, o projeto de Drika de certa forma realiza esse desejo. Ela teve um tumor na medula que a deixou paraplégica e faz tratamento para recuperar os movimentos.
Depois de apresentar o trabalho de conclusão de curso e participar do concurso, a estudante planeja desenvolver sua vida profissional como estilista de moda inclusiva. No Facebook, ela criou o grupo Projeto Vestido de Noiva Inclusivo e usa a internet para conversar com pessoas com deficiência que ajudam na criação do vestido e de outras peças. Uma das perguntas postadas, por exemplo, é sobre as dificuldades encontradas na hora de se vestir e o que pode ser feito para minimizar essa situação.
Fonte: Diário de São PauloSite externo.